Poconé, o Pantanal começa aqui e não acaba mais

Um tuiuiú branco de colar vermelho anda desengonçadamente sobre a planície alagada. Tem cerca de um metro e meio de altura e parece pesado, mas inesperadamente abre as asas, alça voo e segue planando sobre a imensidão verde dos campos do pantanal norte brasileiro. A visão é magnífica. Não à toa, é a ave símbolo do pantanal. Enquanto isso, jacarés, capivaras e cervos avisam: entre abril e setembro estarão se exibindo nos 145 quilômetros da Transpantaneira, com direito a onças-pintadas e ararinhas que poderão também dar o ar da graça. É a temporada da seca no pantanal norte mato-grossense e a Natureza está em festa.

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Dica: Na época da seca, o melhor período para visitar o Pantanal é de maio a setembro, quando as águas que cobriam os rios escoam, surgem praias de areias finas e brancas e os animais saem à procura de alimento nas lagoas e salinas.

Esse cenário cinematográfico começa a ser “rodado” em Poconé, uma pequena cidade do centro oeste brasileiro, do século dezoito, formada durante a corrida do ouro na região até se tornar município, em 1831. Poconé tem na pecuária, na extração de minérios e no ecoturismo as suas riquezas. Está a apenas 100 quilômetros de Cuiabá, capital de Mato Grosso, e ainda conserva as tradições de festas seculares, como o combate medieval entre Mouros e Cristãos revividos na Cavalhada de Poconé, que mantém os ritos originais e acontece todos os anos nas primeiras semanas de junho, durante as festas de São Benedito .

Seu folclore é rico. Além da Cavalhada e de danças como Cururu e Siriri, a Dança dos Mascarados de Poconé é a mais intrigante. A contradança, com raízes dos colonizadores portugueses e espanhóis , ganhou na região pantaneira também influência das tradições indígenas e dos negros. Ela faz parte da festa do Divino Espírito Santo, que ocorre entre maio e junho.

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Em Poconé está a via turística que abre as portas do Pantanal mato-grossense para o mundo. A eco via Transpantaneira serpenteia por entre rios, lagoas e canais que represam as águas das cheias e servem de refúgio aos tuiuiús. É o caminho perfeito para vivenciar um safári fotográfico.  125 pontes de madeira estão no trajeto de 145 quilômetros até Porto Jofre. Uma aventura que está nos planos de viagem de turistas do mundo inteiro que desejam sentir a experiência de vivenciar a maior reserva ecológica do mundo em passeios que vão de focagem noturna na estrada, canoagem em época de cheia no pantanal, a cavalgadas e até passeios de caminhão especialmente equipados.

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Dá para explorar o Pantanal pedalando em trilhas sobre terrenos semi alagados na  planície;  em expedições para observar aves , fazendo caminhadas entre as matas e acurizais.  A vegetação inspira: são mais de 1500 espécies de plantas espalhadas pela região pantaneira. Na Trilha do Tatu, por exemplo, uma caminhada que agrada também as crianças, guias ajudam a  conhecer um pouco mais sobre a vegetação e os animais que habitam o interior das matas. O Pantanal abriga 122 espécies de mamíferos, 93 espécies de répteis, 656 espécies de aves e mais 250 espécies de peixes.  

Dica: A pesca em todo Pantanal é proibida de novembro a fevereiro. Março e abril são os melhores meses para pescaria, quando os rios alcançam seu nível mais alto no ano e a temperatura varia entre 32 e 42 graus, e as chuvas são raras.

O Borboletário, localizado no SESC Pantanal , é um ótimo passeio para conferir muitas das 1.132 espécies de borboletas catalogadas no Pantanal Mato-grossense. São mais de mil borboletas de 20 espécies diferentes que ocupam 300 metros quadrados de uma grande gaiola, cercada de verde e iluminada pela luz natural. Ali também se encontram um formigueiro que reproduz o ambiente das colônias de formigas, uma coleção de insetos e o Centro de Interpretação Ambiental.

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De dezembro a fevereiro a natureza do Pantanal Poconeano nos brinda com o espetáculo da cheia. É quando a flora e a fauna pantaneira se renovam, aves chegam, os terrenos planos cedem lugar a inúmeros corixos e canais entremeados de lagoas que se mesclam com as águas do rio Paraguai , criando cenários fantásticos que podem ser vistos em passeios guiados de barcos.

Imperdível é o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, declarado Patrimônio natural Mundial pela UNESCO, uma área preservada de 135 mil hectares que fica em Poconé, na confluência dos rios Paraguai e Cuiabá. O acesso ao Parque já vale a viagem: é feito por via fluvial, descendo 150 quilômetros pelo rio Cuiabá, a partir do Porto Jofre.

Não há cobrança de ingresso, mas é preciso solicitar previamente autorização para visitação pelo e-mail [email protected]

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Dica: a melhor época para visitar o Parque é de maio a setembro, quando as águas começam a baixar e é possível acessar a Transpantaneira para chegar até Porto Jofre.

A culinária típica pantaneira é uma “viagem” à parte. Deguste pratos à base de peixe, como o mojica de pintado e o pacu assado. Não deixe de provar o famoso prato Maria Isabel que mistura arroz e carne seca acompanhado de farofa de banana. Típico de Poconé é o saboroso bolinho de arroz feito com arroz socado no pilão, mandioca, açúcar, manteiga, coco ralado, leite e canela.

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Não saia de Poconé sem levar peças do artesanato local que mantém vivas as tradições, como as redes tecidas em teares rústicos, com bordados florais e pássaros da região pantaneira. A Cerâmica de Poconé é uma atividade exercida exclusivamente por mulheres, tem origem no século XIX  e é feita com o  barro retirado da barranca do Rio Cuiabá. Também aproveite para degustar ( e levar) um delicioso licor de frutas pantaneiras.

Importante: o fuso horário do Mato Grosso tem uma hora a menos em relação a Brasília.

.Para experiências assim, com paisagens e atrações que se alteram com o sobe e desce de águas, o planejamento é fundamental. Conte com a assessoria completa Agência RDC – você não paga nada a mais por isso. Aproveite a flexibilidade de uso da sua Assinatura de Viagem RDC e as hospedagens à sua disposição na região.